A poesia visual consiste numa junção entre a literatura (o texto do poema) com as artes visuais (a imagem criada através das palavras). De modo simplificado podemos dizer que o poema visual é uma poesia que está amparada na imagem.
É claro que, dada a pouca experiência de vida, eles terão dificuldades para compreender muitas das referências implícitas nos poemas. Mas você pode ajudá-los, contextualizando os textos no tempo e no espaço e fornecendo a eles as informações necessárias para ampliar sua compreensão. Para facilitar, apresentamos algumas referências sobre os autores e suas obras.
Sendo assim, pode-se agrupar tipos de poesias visuais que apresentam características em comum. Esses agrupamentos não são os únicos existentes, mas os mais comuns, veja:
Há registros de poemas visuais presentes desde a Antiguidade. Aproximadamente em 325 a.C. foi produzido, por exemplo, o poema O Ovo, de autoria de Símias de Rodes, que é o mais antigo poema visual que se tem notícia.
Agora, mostre o poema “Vazio agudo” (In: Leminski, Paulo; Suplicy, João. Winterverno. São Paulo: Iluminuras, 2001). Nele, o texto apresenta muitos contrastes: vazio/cheio; agudo/cheio; vazio/tudo; meio/cheio… Talvez os alunos consigam estabelecer uma relação entre as palavras do texto e a forma em que elas estão inseridas: o círculo incompleto e o texto ocupando só metade da circunferência lembram uma lua minguante, o que remete à ideia de esvaziamento; a pincelada mais larga na parte de baixo do círculo em contraste com o fino traço da parte cima podem remeter, respectivamente, a cheio e agudo. Talvez possa se referir ao fato de o eu lírico andar “meio cheio de tudo”, isto é, sentir um grande (agudo) vazio, não ver sentido nas coisas…
Agora, de onde vem a poesia visual? A interpretação visual se traduz em arte urbana, que se inspira na literatura, pinturas de livros e poesia visual, em que a arte plástica prevalece sobre as letras e vice-versa, dando resultados infinitos e únicos. Para saber mais sobre poesia visual: como fazer, no umCOMO recomendamos que você continue lendo este artigo.
Essas questões são propostas mais com o objetivo de levar os estudantes a refletir sobre os poemas visuais e a perceber suas características, do que de encontrar uma resposta única. Por isso, lembre a eles que em literatura e, sobretudo, em poesia são possíveis múltiplas interpretações, desde que fundamentadas no texto.
No nosso país a poesia visual começou nos anos 50 com o movimento concretista. Alguns dos grandes nomes do concretismo foram Décio Pignatari, Ferreira Gullar e os irmãos Augusto e Haroldo de Campos.
Esteja você compartilhando a estrofe de seu poeta favorito ou publicando seu verso original para o mundo, o Adobe Express pode servir como um guia criativo. Elabore ilustrações emocionantes tão belas quanto o seu poema. Explore modelos de poesia e personalize-os com perfeição. Em seguida, redimensione para compartilhar em qualquer plataforma social ou imprimir. É fácil: basta escolher um modelo, personalizar e compartilhar.
A poesia visual ganhou destaque internacional apenas na época do Modernismo, ou seja, foi algo bem recente.
O movimento a utilizar a poesia visual de modo mais difundido foi o concretismo. Os poemas concretistas, em geral, tinham uma crítica política forte, sobretudo os primeiros autores, na década de 50. Embora o concretismo tenha sido um movimento internacional, a poesia concreta foi, de fato, definida e aplicada pelos irmãos Campos e Décio Pignatari, que escreveram o Manifesto ‘Plano-piloto para poesia concreta’, publicado em São Paulo, em 1958. Além desses três poetas, conheça alguns outros:
A interpretação dos gêneros narrativos em sua versão pictórica ou visual é uma questão de análise fascinante, pois há uma necessidade artística de evocar imagens específicas por meio de letras. Isso resulta em uma representação instantânea do significado do texto. Nesse sentido, a poesia visual é um método experimental com muitos aspectos a explorar.
A expressão poesia visual pode ser usada para definir um grupo amplo de produções artísticas que compreendem desde poemas objetos, passando por poemas digitais, poemas ligados ao vídeo, ao som, etc.
O poeta francês Guillaume Apollinaire (1880-1918) criou em 1914 o celebrado Chove (no original Il pleut), uma poesia visual que remete para o movimento das gotas de água em direção ao chão.
O caligrama conhecido como "O Ovo" é um bom exemplo. Seu autor é Simmias de Rhodes e é um poema baseado nas características da poesia visual. Outro exemplo é o poema "Sombrero" do artista francês Rabelais.
A seguir, organize a turma em duplas e apresente alguns poemas de outro autor, Sérgio Capparelli, representativos desse gênero. Mostre o poema “Falta de sorte”, ao lado. Sugerimos outros poemas do autor: “A primavera endoideceu”, “Urgente!” e “Jacaré letrado”. (Baixe-os aqui.)
No século XX, as vanguardas futuristas e o cubismo resultaram em outros exemplos de poesia visual. Nesse sentido, destaca-se o caráter urbano, como é o caso de Joan Brossa e da banda musical do Grupo Zaj, que era composta por letristas, compositores e artistas plásticos que acompanhavam seus shows na década de 1960 com objetos ou a encenação de pequenos teatros.
A imagem acima é de uma das criações feitas por Rabanus Maurus, um dos escritores que mais trabalharam em carminas figuratas. Esse tipo de poesia era profundamente marcado pela fé e deixa clara a devoção tanto do autor do poema quanto da geração onde estava inserido.
Este é um tipo de poema visual que está entre a imagem e as palavras, mas em vez de usar uma fotografia, opta pela pintura criada especificamente para o conjunto visual, ou usa outra para dar-lhe um enfoque poético.