Eles ganharam fama no mundo do crime. Fizeram fortuna com o tráfico internacional de drogas ou com assaltos milionários. Alguns acabaram beneficiados por brechas na lei. Saíram da cadeia, mas não da vida criminosa. Nas ruas contam com a proteção das máfias, como o PCC.
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Nos autos há planilhas apreendidas mostrando um faturamento de R$ 1 bilhão, em pouco mais de um ano, com o tráfico de drogas. A farta documentação sobre a movimentação financeira do PCC detalha diversas remessas de dinheiro para dois doleiros.
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A Justiça aceitou a denúncia e o processo tramita em fase final. Os réus respondem por associação à organização criminosa e associação ao tráfico de drogas. Segundo investigações da Polícia Civil, a célula arrecadava R$ 3 milhões por mês ou R$ 100 mil por dia com a venda de entorpecentes.
Foi na prisão que o PCC nasceu e se expandiu. Em 31 de agosto de 1993, oito prisioneiros fundaram o grupo na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, no Vale do Paraíba. As autoridades não admitiram de início a existência da facção e diziam que era "pura ficção".
Um documento do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) mostra que o PCC não só alcançou a meta, dois anos depois, como atingiu mais que o dobro de membros: a maior facção criminosa do país tinha 112 mil membros, no ano de 2019.
Apontado como o número 1 do PCC nas ruas, Sergio Luiz de Freitas Filho, o "mijão”, encabeça a lista dos mais procurados pelo Ministério da Justiça brasileira. A suspeita é de que Mijão esteja escondido na Bolívia, de onde cuida da logística do envio de cocaína para o Brasil e a Europa.
Em dezembro de 2017, em meio a uma disputa com o Comando Vermelho, pelos domínios dos presídios e das rotas de tráfico no Brasil, o PCC (Primeiro Comando da Capital) afrouxou as regras de batismo de novos membros. A meta era atingir 40 mil criminosos filiados à organização criminosa.
Segundo a investigação, João Cabeludo estaria vivendo na Bolívia. Recentemente, a polícia brasileira descobriu que o criminoso mantinha um esquema de empresas de fachada com a ajuda da família para lavar o dinheiro da venda de drogas.
O MP-SP aponta ainda outros 10 mil "soldados" do Primeiro Comando da Capital que executam as ações prioritárias do grupo criminoso, como a compra, venda, transportes e armazenamentos de drogas e também de armas e munição.
Para o cientista político Guaracy Mingardi, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, não é possível apontar uma quantidade exata de integrantes porque os números são calculados com base em investigações e informações que constam em planilhas apreendidas pela polícia com os faccionados.
Porém, ele observou que se levar em consideração os simpatizantes do PCC no Brasil, chamados de "primos" pela alta cúpula da facção criminosa, esse número ultrapassa os 100 mil estimados pelo MP-SP.
Guaracy acrescentou que esses números mudam muito porque muita gente entra e muita gente sai do PCC. O especialista em segurança pública explicou que se for levar em conta o total de batizados na organização, chamados de "irmãos" pela liderança", a quantidade deve ser bem menor.