Entre os persas. Em virtude das hostilidades entre o Império Romano e o Império Sassânida, os cristãos acabaram por ser perseguidos pelos persas a partir do ano 337, por serem tidos como traidores amigos de uma Roma cada vez mais cristianizada.
É a pessoa que é contrária aos dogmas de uma determinada religião ou seita. ... Assim como um ateu pode ser considerado um herege pela Igreja Católica, um católico pode ser considerado um herege por um praticante de outra religião que apresente doutrinas distintas.
A heresia surgiu com a Igreja Católica, no século XVIII, em especial no período da Idade Média, quando ela começou a sentir-se ameaçada por pessoas que criticavam seus dogmas e seus ensinamentos.
O crescimento das heresias, principalmente a partir do século XII, foi uma demonstração da insatisfação popular com o acúmulo de poder da Igreja e, além disso, antecipou os movimentos da Reforma Protestante.
A Igreja Católica, por sua vez, enfrentava uma crise de credibilidade, e sua contestação vinha desde a Idade Média. As críticas à Santa Sé tratavam de questões como a quantidade de terras e outras riquezas nas mãos da Igreja, a corrupção dos clérigos, o abuso do poder, etc.
Para os condenados, as penas poderiam ser a prisão (temporária ou perpétua), uso de vestes que revelavam sua condição de condenados (sambenitos) ou, em casos extremos, a morte na fogueira. É importante ressaltar que o Tribunal do Santo Ofício não executava as penas.
Hussita (século XV e posterior) fundada pelo filósofo e teólogo Jan Hus (*1369 +1415), reitor da Universidade Charles de Praga, era admirador do trabalho de Wycliffe e defendia uma reforma. Hus e seus seguidores frequentemente citavam escritos de Wycliffe – banido da Igreja no Reino da Boêmia – e baseava nisto sua defesa. Hus não foi considerado herege até o momento que se opôs à venda de indulgências – mandatos comprados da Igreja e que reduzia o tempo de alguém no purgatório – condenadas fortemente também por Wycliffe. Hus foi levado a julgamento por sua posição e outros comentários que fez e foi queimado na estaca em 1415. Sua morte incendiou as Guerras Hussitas de 1419 – c.1434 entre hussitas e forças leais à Igreja Católica. Os hussitas sobreviveram às cruzadas contras eles e, como os lolardos, foram reabilitados pela Reforma Protestante.
Todas as seis foram suprimidas pela Igreja, frequentemente com o massacre de populações que nada tinham a ver com a heresia, pois a Igreja continuava a insistir em sua autoridade espiritual como representante de Deus na Terra. Para a Igreja, que mantinha e alimentava o terror de sua visão do inferno e purgatório, um herege seria parecido a alguém com uma doença contagiosa que deveria ser mantido separado da população geral para evitar que a doença se propagasse e precisariam ser feitos esforços para curá-la. Estes esforços iniciais dependiam de palavras – missionários que deveriam debater com os hereges para trazê-los de volta à ortodoxia – porém rapidamente tornou-se aparente que os hereges eram melhores no debate do que os clero católico e, então, medidas mais sérias foram instituídas, as quais iriam, finalmente resultar em devastações como a Cruzada Albigense (1209-1229) e a infâmia das inquisições medievais.
O real impacto deste documento na maior parte da Idade Média tem sidomotivo de discussões, porém o conceito por trás dele – e o crescente envolvimento da Igreja nos assuntos de estado – foi significativo. Ele encorajou Pepino, o Breve, Rei dos Francos (rein. 751-768) a fazer sua própria doação à Igreja, ou Doação de Pepino, que entregava as terras por ele conquistadas dos lombardos para a Igreja e criava os Estados Papais. A Igreja podia, também, criar sua própria milícia, empreender campanhas militares e – considerando que eles pretendiam ser o poder por trás do trono – intimidar monarcas a agirem conforme os interesses dela.
Paulicianos (séculos VII-IX) foi fundada na Armênia por Constantino-Silvanus (+684) e estimulava a comunicação direta com Deus através da oração. Advogava um retorno à simplicidade e comunhão do cristianismo primitivo inspirado na vida São Paulo (*c.5 - c.67 d.C.). Não possuía igrejas e reunia-se nas casas dos adeptos, chamados “Locais de Oração”. Tinha uma fé dualista, acreditando em duas divindades todo poderosas (uma boa, uma má) em constante combate e rejeitava a divindade de Cristo, a veneração a Maria e todos os sacramentos e a hierarquia da Igreja. Rejeitava totalmente o conceito do sacerdócio que afirmava que a comunhão com Deus era impossível sem a intervenção de um sacerdote católico ordenado. Constantino-Silvanus foi apedrejado até a morte por ordem da Igreja e, depois, muitos outros seguidores foram queimados na estaca por heresia ou foram transferidos na esperança de que poderiam abandonar a heresia. Estes sobreviventes criaram, ou pelo menos influenciaram, a heresia dos bogomilianos.
Eles sustentavam que o mundo físico era mau e foi criado por Rex Mundi, o deus do mundo. O segundo foi um deus sendo de puro espírito, os cátaros negavam que Jesus poderia encarnar-se e continua a ser o filho de Deus. Primeiro apareceu em Languedoc, uma região da França, no século XI e floresceu nos séculos XII e XIII.
Os inquisidores portugueses fizeram 40 mil vítimas, das quais 2 mil foram mortas na fogueira. Na Espanha, até a extinção do Santo Ofício, em 1834, estima-se que quase 300 mil pessoas tenham sido condenadas e 30 mil executadas.
Muitos estudiosos têm acusado a corrupção de determinados papas ao longo da história como sendo os responsáveis pelos principais erros cometidos pela Igreja Católica e pelas críticas direcionadas a ela, especialmente durante o saeculum obscurum e o renascimento, destacando a simonia e o nepotismo.
Também chamada de Santo Ofício, essa instituição era formada pelos tribunais da Igreja Católica que perseguiam, julgavam e puniam pessoas acusadas de se desviar de suas normas de conduta.
Estudo do Vaticano diz que Inquisição torturou e matou menos do que se pensava. O Vaticano publicou um novo estudo sobre os abusos cometidos durante a Inquisição que traz uma conclusão surpreendente: os julgamentos por heresia não eram tão brutais quanto se acreditava.
Para os inquisidores, a humilhação era a melhor forma de castigo e servia para amedrontar outras pessoas. Assim, a forma de tortura mais usada na época era a de cortar o calcanhar do herege e queimar em brasas. Além desta punição, existiam outros meios de tortura como a prisão, prisão perpétua e a morte.
Um leitor moderno pode encontrar dificuldade em entender por que ninguém não iniciou uma reforma séria mais cedo. A resposta, como visto acima, é o completo monopólio da Igreja sobre a imaginação religiosa dos povos da Europa. É fácil voltar e reconhecer que deveria ter sido feito diferentemente e quando, porém mesmo na própria vida pessoal, é muitas vezes bastante difícil ver o que necessitava ser feito e agir a respeito.
O que é Herege: É a pessoa que é contrária aos dogmas de uma determinada religião ou seita. ... Assim como um ateu pode ser considerado um herege pela Igreja Católica, um católico pode ser considerado um herege por um praticante de outra religião que apresente doutrinas distintas.
Valdo defendeu o direito a todos os fiéis de lerem a bíblia e, assim, traduziu-a para o idioma local – provençal – em 1176. O grupo de seguidores de Pedro Valdo ficou conhecido como valdenses ou Pobres de Lyon e logo se espalhou pela região, praticando o voto de pobreza e pregando conforme haviam aprendido.
Nos séculos 14 e 15 alguns movimentos esporádicos de protestos surgiram contra os ensinos e práticas da Igreja medieval e alguns líderes foram chamados de pré-reformadores: João Wycliff (1325-1384), João Huss (~1372-1415) e Jerônimo Savonarola (1452-1498), por combaterem irregularidades e imoralidades do clero, ...