2021 confirmou uma tendência no Brasil: com os modelos de entrada cada vez mais caros, os SUVs acabaram se tornando os carros preferidos dos brasileiros. Prova disso é que esse tipo de automóvel abocanhou 42,9% de participação nos emplacamentos.
Demorou um pouco, mas o Fiat Argo finalmente terminou o ano como um dos três mais veículos vendidos do Brasil. Lançado em 2017 para substituir, de uma só vez, Palio, Punto e Bravo, o hatch italiano se destaca por seu conforto, confiabilidade e bom espaço interno.
Lançado em 2016, o Fiat Argo veio com a missão de, uma só vez, substituir o Palio, o Punto e o Bravo. Com bom porte e versões que vão desde a equipada com o motor 1.0 firefly até o antiquado 1.8 eTorq, o hatch se aproveitou bem da crise dos semicondutores e, com uma ótima estratégia da Fiat, lidera o mercado nacional com relativa folga — sem contar a Fiat Strada, posicionada como "comercial leve".
Após mais uma rodada de aumentos por parte da Volkswagen, o Voyage, que já chegou a ser o sedã mais vendido do Brasil, hoje amarga uma outra realidade. Mas, mesmo prestes a ser extinto, o carrinho segue com bom número de vendas e é o 18º no geral e 8º entre os populares.
Outra marca que sofreu com a crise dos semicondutores foi a VW. Por isso mesmo, somente o veterano Gol constou como um dos dez carros mais emplacados no Brasil em 2021, e na última posição do grupo. O T-Cross, por sua vez, finalizou o período em 11º, com o Nivus em 18º. O Virtus despencou para fora do top-20 e o Polo, para fora do top-30.
Hoje, o carro mais barato do Brasil é o Fiat Mobi em sua versão Like, que sai pela bagatela de R$ 40.215. Um carro bem simples, com o básico do básico no pacote de equipamentos, mas que te leva do ponto A ao ponto B com relativo conforto e bom consumo de combustível.
Outrora sinônimo de carro popular, o Volkswagen Gol hoje beira os R$ 70 mil em sua versão mais barata. Mas nem isso tem impedido os compradores, que apostam muito em sua dirigibilidade e confiabilidade mecânica.
Já a segunda teve dois dos três carros que produz nacionalmente no top-10 – HB20 e Creta –, enquanto o HB20S terminou o ano em 25º. Enquanto isso, a Chevrolet, marca dominante nos últimos anos, pagou caro pela interrupção de quase cinco meses nas linhas de Onix e Onix Plus em Gravataí (RS).
O destaque da nova geração vai para o excelente pacote de equipamentos tecnológicos, além do bom funcionamento do motor 1.0 turbo, que dá conta do recado principalmente em ambientes urbanos.
Com ótimo espaço interno e bom pacote de equipamentos, o sucessor do Prisma é bem visto por locadoras, taxistas e motoristas de aplicativo, além de ser uma ótima opção para a família.
Em 2022, o Jeep Renegade vai ganhar o motor 1.3 turbo de 185cv, para desespero da concorrência.
O topo do ranking de vendas foi revezado entre Fiat Strada, Argo e Chevrolet Onix. Mas uma constante era sempre o Hyundai HB20 sempre perto, geralmente em segundo lugar. Isso fez que o hatch coreano fosse o carro de passeio mais vendido do ano, com 86.455 unidades.
Uma das melhores opções do mercado de SUVs compactos, o T-Cross atrai por seu ótimo conjunto de equipamentos e, principalmente, por seus motores, que se dividem no 1.0 TSI de 128cv nas versões de entrada e intermediárias, e o 1.4 TSI de 150cv na topo de gama.
Segundo a Fenabrave, foram emplacados 1.557.957 automóveis e 416.474 comerciais leves em 2021, dando um total de 1.974.431 unidades. Isso indica um crescimento de 1,21% quando comparado com o total de 2020.
Com a crise dos semicondutores, o Chevrolet Onix teve que ter sua produção interrompida várias vezes em 2021. O resultado disso foi a saída do hatch do pódio dos mais vendidos do Brasil. Mesmo assim, ele conseguiu somar 62.096 unidades emplacadas no ano.
Entre as marcas, a Fiat foi disparada a mais bem-sucedida, enquanto a irmã Jeep surpreendeu na sexta colocação. A Chevrolet caiu de primeiro para terceiro lugar e a VW, aos trancos e barrancos, encerrou o ano como vice-líder.
O fato de termos um utilitário no topo da lista mostra como a pandemia do coronavírus e a crise de fornecimento de semicondutores e outras matérias-primas bagunçou a indústria automobilística. Foram inúmeras as paralisações de fábrica registradas ao longo dos 12 meses.