Dona de uma voz grave inconfundível, a Marrom tem 30 álbuns de estúdio e nove discos ao vivo, tendo vendido mais de 8 milhões de cópias ao longo de seus 50 anos de carreira.
Alcione Dias Nazareth, conhecida como Marrom, é uma renomada cantora da música popular brasileira. Nascida em São Luís do Maranhão, em 1947, Alcione iniciou sua carreira musical no Rio de Janeiro, aos 20 anos. Ao longo de sua trajetória, ela se destacou como intérprete e gravou inúmeros sucessos, como “Não Deixe O Samba Morrer” e “A Loba”.
Além disso, Alcione foi agraciada com as Medalhas Pedro Ernesto e Tiradentes pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Medalha do Mérito Timbiras, a maior comenda do Estado do Maranhão, a Medalha Daniel De La Touche, concedida pela Câmara Municipal de São Luís, e a Medalha Luiz Gonzaga, entregue pela Câmara Municipal de São Paulo.
Alcione surge como intérprete de samba e, aos poucos, expande o repertório para outros gêneros, consagrando-se como cantora romântica. Na ativa desde os anos 70, a cantora é, ao mesmo tempo, uma das intérpretes femininas mais importantes do samba e uma das vozes mais conhecidas da música brasileira no cancioneiro relacionado às relações afetivas.
Da turnê surgiu a primeira grande oportunidade internacional, uma proposta para fazer turnê pela Itália. Alcione gostou tanto da ideia que acabou vivendo no país europeu por dois anos.
A TV rendeu, ainda, uma série de hits para a cantora, como Você Me Vira a Cabeça, Pode Esperar e outras canções que encantaram o Brasil inteiro, incluindo Meu Ébano (2005), sensação nacional com o refrão “Você é um negão de tirar o chapéu”.
Insistente em lecionar música para seus alunos, Alcione acabou demitida diante do desagrado da direção da escola. O caminho finalmente estava livre para que ela pudesse se dedicar a seu grande sonho e se tornar uma grande sambista.
A artista também está imortalizada no Teatro Alcione Nazareth e no Elevado Alcione Nazareth, ambos em São Luís do Maranhão, além de ter sido homenageada em diversos sambas-enredo no Carnaval do Rio de Janeiro.
Filha de um policial e professor de música e de uma dona de casa, a cantora foi a quarta de nove filhos em uma família marcada pelas sucessivas relações extraconjugais do patriarca.
Com um talento nato para o canto, a jovem maranhense começou a se apresentar em festivais de música e programas de televisão, onde já demonstrava todo o seu potencial como cantora.
Ao voltar para o Brasil, em meados da década de 1970, a cantora recebeu um convite para conhecer a quadra da Estação Primeira de Mangueira, e começou ali uma relação que dura até hoje.
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O nome da artista foi inspirado na protagonista da obra Renúncia, livro espírita psicografado por Chico Xavier, religião que a cantora segue até hoje.
Entre 1985 e 1987, lança uma sequência de sucessos nessa linha romântica: “Garoto Maroto” (Franco e Marcos Paiva), “Meu Vício é Você” (Carlos Colla e Chico Roque), “Ou Ela ou Eu” (Flávio Augusto e Carlos Rocha) além de “Estranha Loucura” e “Nem Morta”, ambas da dupla Michael Sullivan (1950) e Paulo Massadas (1950).
É interessante notar que, a partir dos anos 2000, as letras que ela canta acompanham as reinvidicações do movimento feminista e a personagem submissa dá lugar a uma mulher empoderada. “Maria da Penha” (Paulinho Rezende e Evandro Lima), que ela grava em 2007 no álbum De tudo que eu gosto, traz os versos: “comigo não, violão / na cara que mamãe beijou / Zé Ruela nenhum bota a mão / se tentar me bater, vai se arrepender”.
“Estranha Loucura”, gravada no disco Nosso nome - Resistência, de 1987, é um exemplo de personagem feminina submissa a qual ela dá voz, sobretudo nos anos 1980. diz a letra: “minha estranha loucura / é correr pros teus braços quando acaba uma briga / te dar sempre razão / e assumir o papel de culpada bandida”;
Alcione é reconhecida internacionalmente, tendo se apresentado em mais de 30 países. Além de sua carreira solo, ela foi uma das fundadoras do Clube do Samba, ao lado de Dona Ivone Lara, Martinho da Vila e Clara Nunes.