Devido à sensibilidade acentuada do sistema imunológico das crianças, estas tornam-se frequentemente vulneráveis a viroses e outras doenças e, por essa razão, descrevemos neste artigo as 10 doenças mais comuns nas crianças, de forma a poder prevenir-se e conseguir tomar medidas contra as ameaças mais frequentes.
A verdade é que, por muitas precauções e cuidados que se tenha, nenhuma criança atravessa a infância sem ter alergias, dor de garganta, de ouvidos ou outras doenças típicas dessa fase, por isso, conforme-se!
A varicela é a mais contagiosa – e talvez a mais frequente –, e tem a particularidade de dar imunidade duradoura. Após um período de incubação de 1-3 semanas, a criança manifesta febre e perda de apetite, seguidas de erupção de pequenas manchas vermelhas que provocam comichão e que, ao fim de algumas horas, se convertem em vesículas repletas de um líquido amarelado.
A sintomatologia implica febre, mal-estar generalizado, dor ao engolir devido ao aumento das amígdalas, tosse, rouquidão, dificuldade em falar, vómitos, diminuição do apetite, dores de cabeça e dores abdominais.
Pais fiquem tranquilos, pois trata-se de um processo completamente normal! Não é um indício de negligência, sendo até muito importante para o crescimento e fortalecimento das crianças, devendo no entanto manter-se atentas.
Três por cento das crianças sofrem com quadros alérgicos, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Os de origem alimentar são normalmente provocados por alguma proteína, conservante ou corante, causando dores abdominais, coceira, erupções na pele e até dificuldade respiratória. Leite de vaca, clara de ovo, soja, trigo e peixe encabeçam a lista dos ingredientes causadores desses episódios. A alergia ao primeiro é a mais comum na infância e pode apresentar sangue nas fezes como sintoma adicional. O tratamento consiste em retirar da dieta o alimento. Em fase de amamentação, pode ser necessário excluir o item da alimentação materna, já que ele pode passar para o bebê por meio do leite.
Uma das principais características da varicela é as borbulhas atingirem o couro cabeludo e os genitais. Em cerca de 5-7 dias, as vesículas rebentam e o líquido seca, formando crostas. Quando as lesões estão todas em fase de crosta, a criança já não está em fase contagiosa, podendo regressar à sua atividade normal. Por razões estéticas, para evitar cicatrizes da pela atingida, a criança não deve apanhar sol logo após a varicela.
Segundo a Dra. Marina Buarque de Almeida, pneumopediatra da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, “Nestes casos há indicação de tratamento preventivo. A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo fornece um medicamento que deve ser aplicado nos meses de maior circulação deste vírus, normalmente no período de outono e inverno (…) Importantíssimo é evitar a todo custo o contato das crianças com o cheiro de cigarro e caprichar no ambiente de seus quartos. É essencial que seja um local limpo, sem umidade, sem mofo, sem poeira, sem cheiros e odores que possam irritar as vias aéreas. O colchão e travesseiro devem ter capas”.
Os especialistas são unânimes em afirmar que uma boa noite de sono ajuda a criança no seu desenvolvimento, descansa, revigora e também ajuda a fortalecer a imunidade. Convém não esquecer que a privação do sono liberta cortisol – a hormona do stress —, que diminui a imunidade. Assim, é importante que durmam o número de horas adequado à sua idade.
Para fortalecer a imunidade das crianças é importante manter hábitos saudáveis, que deixarão as suas defesas mais fortes. Aqui ficam algumas recomendações:
Algumas das doenças acima podem ter origem bacteriana e necessitar de antibióticos. Só o médico pode determinar se haverá necessidade de medicamentos ou não, se são viróticas ou bacterianas. Tenha sempre contato com o pediatra de seu filho para tirar dúvidas.
Hepatite – pele e olhos amarelados, febre, prostração, falta de apetite. Transmitida por alimentos contaminados, objetos de uso pessoal e perfuro-cortantes (seringas, por exemplo). Higiene sempre, nos alimentos, nas mãos e evitar compartilhar objetos de uso pessoal.
Uma das doenças mais comuns nas crianças é a OMA ou as “dores de ouvidos”, esta patologia consiste numa inflamação do ouvido médio ou seja, uma área do ouvido que fica para dentro do tímpano.
Verifica-se que estas doenças são, na maioria, doenças de fácil contágio e que apresentam uma maior probabilidade de afetarem as crianças que frequentam infantários, creches ou escolas, disseminando-se facilmente entre elas. No entanto, crianças que não frequentem estas instalações também podem padecer destas doenças.
Apesar de parecidos, gripe e resfriado têm características diferentes e são causados por vírus distintos. Nos dois casos, a principal forma de contágio é a saliva, eliminada durante tosses e espirros. O resfriado costuma ser mais brando, com coriza e irritação das mucosas. Já o pacote da gripe inclui febre, dor muscular e cansaço. Nas duas situações, o tratamento serve para aliviar os sintomas, uma vez que o problema regride automaticamente. Manter a hidratação, com chás, água e sucos, acelera a recuperação. Para prevenir os quadros gripais, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda a vacinação a partir dos 6 meses. A bronquiolite, uma infecção nos bronquíolos, também é comum em bebês prematuros e crianças de até 2 anos. Causada principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR), promove febre, dificuldades para respirar, tosse e chiados no peito. Em casos graves, requer internação hospitalar. A forma de contágio é a mesma da gripe. Por isso, evite levar a criança a locais com aglomeração de pessoas ou outros bebês doentes. De acordo com a SBP, prematuros devem receber aplicações mensais de palivizumabe, um remédio à base de anticorpos, que evita a infecção pelo VSR, especialmente perigosa para essas crianças.
Não é novidade para ninguém que as crianças, quando no infantário ou na escola, ficam doentes com maior frequência. Para além das tão habituais constipações, gripes e viroses, nesta fase, são afetadas por outras patologias com sintomatologia diversa que os pais devem conhecer para um diagnóstico e atendimento mais precoce possível. O pediatra é o profissional a consultar nestas ocasiões.